O filme “A Assistente (2019)”, disponível na Amazon Prime, vem ganhando cada vez mais relevância e atenção do público, numa trama que se propõe a retratar a vida de uma mulher submetida aos abusos do ambiente de trabalho tóxico.
O tema vem ganhando cada vez mais espaço na mídia, sobretudo em razão dos números alarmantes de burnout entre trabalhadores, e a arte não poderia deixar de fazer uma crítica sobre a situação através do cinema.
A produção buscou explorar os pontos mais sensíveis na situação de produtividade tóxica e de eventuais abusos, retratando episódios comuns que os telespectadores certamente irão se identificar.
A ideia por detrás de filme é justamente esta: mostrar a rotina crua, fria e seca de um ambiente de trabalho que não valoriza seus profissionais, em completa dissonância com as modernas teorias de RH, que valorizam o ser humano e busca dar o ambiente de trabalho mais equilibrado e saudável.
***Atenção, a leitura a partir daqui contém spoilers***
O enredo
A protagonista do filme Jane, interpretada pela atriz Julia Garner, que tem o sonho de se tornar uma produtora de cinema e consegue a sua tão esperada chance quando consegue o trabalho como assistente de um empresário do ramo.
Todavia, com o passar do tempo, Jane começa a notar os abusos que sofre no ambiente de trabalho, vindos tanto de seu superior quanto dos seus colegas de trabalho.
A trama de “A Assistente” busca explorar o lado sombrio que a moça tem de submeter para manter o emprego e conseguir ascender profissionalmente em algum momento do futuro.
Pontos importantes abordados pela trama
Muitos foram os pontos polêmicos abordados pelo filme. Pode-se dizer que o enredo não se furtou do embate e expôs diversas situações rotineiras do ambiente de trabalho como: excesso de trabalho, meritocracia, abuso de autoridade, descredibilidade, desvalorização profissional, dentre outros.
Mas alguns temas em especial foram abordados de maneira mais direta e merecem destaque.
Excesso de trabalho
De maneira proposital, nenhuma cena do filme se passa na casa da protagonista de Jane, todas as cenas ocorrem no ambiente de trabalho. A intenção por trás disso é mostrar justamente que a busca pela produtividade tóxica tem o poder de sugar toda a vida pessoal do trabalhador.
Não há momentos de lazer, de paz ou de descanso. A lembrança constante das cobranças e problemas do ambiente de trabalho inundam a vida particular de Jane a ponto de não haver nenhuma menção de amigos, diversão ou qualquer outra coisa em sua vida além do trabalho.
Se você quiser saber mais sobre produtividade tóxica, aqui no Blog já tem um artigo inteirinho sobre isso, confere lá 😉
Falta de empatia
Jane trabalha num ambiente em que não há sequer o menor sinal de empatia por parte de qualquer um para com ela ou mesmo para com os seus colegas.
O ambiente de trabalho é hostil, há o medo constante de demissão e pedidos de desculpa são constantes, ainda que por erros que ela não tenha cometido.
Aliás, se você quiser saber mais sobre a exploração, sobretudo em ambientes de trabalho, aqui no Blog já tem um artigo inteiro sobre isso: 3 sinais de você está sendo explorado.
Assim, a trama é muito perfeccionista em retratar a culpabilização do trabalhador que sob ameaça constante.
O filme, portanto, faz uma crítica profunda sobre como as políticas de muitas empresas não leva em consideração o bem estar dos trabalhadores, vendo-os apenas como meros recursos e não como seres humanos.
Doenças mentais causadas pela produtividade tóxica
O filme aborda de maneira sutil os problemas advindos da exposição constante a um ambiente de produtividade tóxica.
Jane, a protagonista do filme, anda em contínua melancolia e é possível ver em sua aparência sinais claros de início de depressão, além de uma frustração constante em razão dos abusos que sofre e pela falta de reconhecimento.
Além disso, o próprio chefe de Jane, que a submete aos abusos rotineiros, faz uso de medicamentos para problemas de saúde mental, mostrando ao público que não todos saem perdendo num ambiente de estresse constante.
Faz uma crítica à ideia de meritocracia
Jane é, sem dúvida, a profissional mais envolvida e que mais trabalha em toda empresa.
Logo nas cenas iniciais, é possível ver que ela é a primeira a chegar no escritório, além de realizar, muitas vezes, serviços que vão além daquilo para que foi contratada.
Lidar com a esposa do chefe, problemas pessoais, fazer café, etc.
Várias e várias são as situações retratadas pelo filme, mas nenhuma delas parecida ser reconhecida pelo seu superior.
Ademais, em certo momento, outra pessoa é contratada e começa a receber regalias que a própria Jane nunca recebeu, mesmo tendo mais tempo na empresa e sendo absolutamente esforçada.
Assim, o filme mostra de maneira crua o ambiente rasteiro muitas vezes existentes em empresas onde a cultura da produtividade tóxica dita o tom.
Burnout
Como não poderia passar em branco, o filme também é uma crítica ao burnout, condição psicológica causada pelo excesso de trabalho e estresse constante.
Jane é uma pessoa visivelmente angustiada com seu trabalho, mantendo-se nele exclusivamente pelo medo de desperdiçar a oportunidade, mas ela parece estar constantemente no limiar do burnout.
A ideia por detrás disso foi mostrar que essa condição está cada vez mais presente em nossas vidas, talvez nossos pais, amigos e colegas de trabalho estejam sofrendo em silêncio pelo excesso de trabalho neste momento.
LEIA A SEGUIR: “Rastreada, mas não indexada no momento”: como resolver?
Conclusão
Caso você queira assistir ao filme, você pode assinar o Amazon Prime e usufruir de vários benefícios oferecidos pela assinatura por um preço super acessível clicando neste LINK.
O filme “A Assistente (2019)” é um filme único, porque se propôs a retratar o ambiente de trabalho tóxico com a máxima fidelidade possível.
Dessa forma, o filme é propositalmente monótono, arrastado, repetitivo, pois a ideia é justamente mostrar uma rotina de trabalho tóxica que milhares de trabalhadores passam todos os dias.
Portanto, não espere um filme com picos de emoção, com grandes acontecimentos ou algo do tipo, esse não é o propósito do longa.
Trata-se de um filme pesado, dramático cujo objetivo é transmitir a melancolia de uma situação tóxica de trabalho, e não dúvidas de que o longa alcançou a finalidade que pretendia.
Não deixe de acompanhá-lo, sobretudo se você é gosta de produtividade e desenvolvimento pessoal.
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