Existem bilhões de pessoas no mundo, cada uma com suas próprias personalidades, e quase todas elas compartilham de uma mesma maneira de ver e sentir o mundo ao seu redor. Porém, algumas pessoas parecem ir na via oposta, elas têm personalidade únicas e veem o mundo de uma maneira que as torna estranhas e deslocadas do ponto de vista das pessoas ditas normais: você sabe o que ser um Outsider?
As pessoas outsiders formam um grupo de seres humanos únicos, extremamente sensíveis e, por terem uma capacidade intelectual e emocional que as tornam excepcionais, muitas vezes essas pessoas podem ser marginalizadas pela sociedade, que não conseguem compreendê-las e por isso preferem excluí-las de alguma forma.
Porém, em 1956, um jovem escritor inglês chamado Colin Wilson revolucionou o mundo e a crítica ao escrever um tratado inteiro sobre os Outsiders. Wilson não apenas descreveu as principais características dessas pessoas, mas também procurou entendê-las de maneira profunda, analisando diversos gênios da humanidade com fim de encontrar respostas sobre a “gênese” do Outsider.
A partir dos estudos de Colin Wilson, hoje, felizmente, possuímos ao menos uma noção de quem são os Outsiders e já podemos compreendê-los um pouco melhor, embora seja certo que o trabalho de decifrar o âmago dessas pessoas únicas só está no começo.
Por isso, no artigo de hoje, falaremos sobre os pontos principais, em um resumo da obra inovadora de Colin Wilson, “O Outsider: O Drama Moderno da Alienação e da Criação”, apontando e analisando os seus principais insights sobre o mundo dos Outsiders.
Será que você é Outsider e ainda não sabe disso?
Quando podemos considerar uma pessoa um Outsider?
Descubra agora.
O que é ser uma Pessoa Outsider?
A resposta não é simples, mas Colin Wilson se empenhou para chegar o mais próximo possível de um conceito que consiga resumir de maneira concreta o que é ser um Outsider.
Nas palavras dele, ser um Outsider significa ser uma “pessoa que sente demais”. A princípio pode parecer um conceito um tanto abstrato, mas não o é. Em resumo, o Outsider é aquele que “vê fundo demais”, ou seja, é o tipo de pessoa possui uma sensibilidade exacerbada, trata-se de alguém hipersensível, que não consegue ficar apenas no raso das coisas.
Para o Outsider, é importante ir ao fundo de todas questões: Como viver? Como ser feliz? Como ser alguém melhor?
Questionar o “Como?” de tudo faz parte da gênese do Outsider.
Em razão dessa tendência de ir fundo demais, normalmente (mas nem sempre), os Outsiders possuem uma forte inclinação à arte, de todos os tipos. Não à toa, Wilson, ao longo de sua obra, estuda a personalidade do Outsider através das obras produzidas por eles. Alguns dos Outsiders citados ao longo da obra são, por exemplo: Van Gogh, Dostoievsky, Nietzche, Hemingway, dentre vários outros.
Todos esses homens tinham a mesma coisa em comum: não conseguiam viver na superfície, eles sentiam demais e, por isso, transmitiram às suas obras um olhar profundo sobre a vida, morte e comportamento que marcaram e continuam a marcar gerações.
Entretanto, nem todo artista é um Outsider, mas o contrário é verdadeiro, todo Outsider é um artista, ainda que não coloque para fora sua arte como profissão ou seja reconhecido por isso.
Portanto, o que caracteriza o Outsider é, principalmente, sua relação de “estranheza” em relação ao mundo. Ele não vê fundo demais, sente demais e raramente consegue encontrar outras pessoas que veem o mundo da mesma forma que eles: disso surge o “drama do Outsider”.
Qual o drama do Outsider?
A princípio, tudo poderia parecer flores para os Outsiders, afinal, eles possuem esse quase “superpoder” de ver um mundo que ninguém mais vê e de sentir o que ninguém sente, mas a realidade é o oposto disso: dada a sua incapacidade de sentir o mundo como uma pessoa normal o sente, o Outsider vive num ciclo de interminável de tormento mental.
Ora, não é preciso se esforçar para imaginar o quão difícil deve ser viver a vida sob a perspectiva de um Outsider: seus amigos e família não compreendem sua visão de mundo; sua visão super-realista da realidade não o deixa apenas “aproveitar o momento”; sua mente supersensível memoriza, decodifica e enxerga padrões em tudo e todos; mas, o principal tormento do Outsider vem do fato de que possui uma fixação, um objetivo inato, por encontrar a verdade da vida, ou seja, encontrar “aquela coisa” dá um significado a toda sua existência.
Por isso a vida como um Outsider não é nada fácil: ele vive sob uma perspectiva de busca por algo que nem mesmo ele sabe o que é, mas entende que deve buscá-la a todo custo.
É exatamente daí que vem os dotes artísticos geniais do Outsider, ele usa a arte como forma de autoexpressão, essa é a maneira mais comum que ele encontra na busca por achar um “sentido” para sua vida. Privar um Outsider de fazer sua arte é, por isso, como roubar-lhe o mundo, para um Outsider a autoexpressão é indispensável.
Além disso, outro grande problema dos Outsiders passa pelo fato de que eles são extremamente avessos a seguirem qualquer tipo de dogma ou conceito pré-formado por outras pessoas.
A pessoa Outsider vive sob as regras do seu próprio sistema de crenças; viver a partir do que foi ditado por alguém, seja religião, filosofia ou regras de qualquer natureza, não é uma opção para o Outsider.
Por conta disso, é comum que os Outsiders caiam em ciclos de negatividade tóxica, o chamado “Efeito Eclesiastes”, termo também cunhado por Wilson. Caso você queira saber mais sobre o assunto, aqui no Blog tem um artigo completo sobre o assunto: Efeito Eclesiastes: os perigos da Negatividade Tóxica.
Porém, desse drama nasce um questionamento importantíssimo: como deve o Outsider viver? Deve ele buscar encontrar um lugar no mundo ou deve ele criar seu próprio lugar?
A partir dessa premissa, Colin Wilson começa, então, a desenvolver a ideia de “salvação do Outsider”, ou seja, o que o Outsider deve fazer para “viver bem” e escapar dos problemas que o afligem diariamente?
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A salvação do Outsider
Colin Wilson, de cara, percebeu que permanecer inerte à sua condição especial não é uma característica dos Outsiders. Eles são homens que “não dependem dos acontecimentos”, e por isso a maioria deles vão a fundo na direção daquilo que eles consideram como “verdade”.
Mas nem todo Outsider busca a verdade da mesma forma, ou seja, cada Outsider, baseado na sua maneira única de ver o mundo, faz isso de uma maneira diferente, embora todos busquem resolver o chamado “drama do Outsider” da melhor forma que conseguem.
Wilson identificou algumas maneiras quase “universais”, que parecem estar presentes em todos os Outsiders, porém todas elas falham em relação a isso, pois nenhuma salva o Outsider, são elas:
- Ascetismo: o ascetismo é um elemento comum no comportamento de quase todos os Outsiders, e pode-se dizer que, ao menos por um curto período de tempo, existe uma tentativa de encontrar a resposta de seus problemas através da privação e do autocontrole de suas faculdades mentais ou necessidades físicas. Essa é a ideia do ascetismo: alcançar a virtude ou a verdade através do autocontrole, “vencendo-se a carne”. Entretanto, como mencionado, o ascetismo não responde aos anseios dos Outsiders e, no máximo, serve como uma “resposta provisória” para a resposta complexa que o Outsider precisa resolver. A resposta que o Outsider procura somente pode vir de dentro, nunca de fora dele mesmo.
- Racionalismo/Existencialismo: na tentativa de encontrar a “verdade”, muitos Outsiders também buscam respostas na Racionalidade, isto é, no culto ao intelectualismo, à inteligência e à lógica. Exemplo claro de Outsider que seguiu essa linha pensamento foi o Nietzche, que se trancava no quarto por horas e horas refletindo sobre a natureza das coisas e se privava do convívio humano e dos prazeres com objetivo de alcançar a aquilo que procurava. A maioria dos Outsiders buscam na intelectualidade uma resposta para aquilo que procuram em algum momento de suas vidas, mas também falham miseravelmente nesse empreendimento.
- Romantismo/Sensibilidade: muitos Outsiders, porém, buscam na sensibilidade e no romantismo a resposta para seus problemas. Para eles, o mundo físico, o real, é obsoleto, desagradável e sem vida. Por isso, não conseguem aceitar o mundo como ele é e passam a buscar no inatingível, no romantismo místico a resposta para seus problemas. Eles buscam estar em um “estado de enternecimento eterno”, onde tudo parece um sonho. Van Gogh é um exemplo disso, ele tinha uma visão tão romântica da vida (não o romantismo hollywoodiano, mas no sentido da busca por algo sobrenatural), que transmitiu essa visão para suas telas, com cores vivas e traços únicos. Porém, da mesma forma que os outros Outsiders, ele também não encontrou redenção no romantismo.
- Sinestésica: a última forma de busca pela verdade do Outsider é através das atividades sinestésicas, ou seja, através de movimentos corporais específicos. Essa forma menos comum do que as demais e representa a tentativa do Outsider de entrar numa espécie de “comunhão com a vida e com o movimento dos acontecimentos”, através da dança, por exemplo. O bailarino russo Vaslav Nijinsky é exemplo perfeito de um Outsider que tentou achar suas respostas na dança, mas nunca encontrou aquilo que tanto procurou.
Então, se todas as tentativas do Outsider de encontrar uma saída para seus tormentos falham miseravelmente, o que deve fazer o Outsider a partir da perspectiva de que essas alternativas não lhe servem?
Esse é o imbróglio que Colin Wilson tenta resolver em seu trabalho.
E uma das primeiras respostas que ele encontra é que, para chegar um pouco mais perto de descobrir o que ele tanto precisa, o Outsider precisa “viver nos extremos”. Isso significa, basicamente, que a vida comum e trivial é a “criptonita” do Outsider: ele não consegue tolerar viver uma vida comum, ele precisa ir ao extremo de seus potenciais para, talvez, encontrar aquilo que tanto procura.
Entretanto, isso tem um preço caríssimo: ir ao máximo de seus potenciais leva os Outsiders, inevitavelmente, à ruína ou à loucura, na verdade, a maioria dos grandes Outsiders tiverem finais tristes: Nietzche terminou em sanatório, completamente louco, Van Gogh se suicidou, Vaslav Nijinsky, terminou a vida também louco abandonado num asilo.
Portanto, sim, a solução do drama do Outsider passa, necessariamente, em “viver”, ele não pode encontrar a resposta em si mesmo, na intelectualidade, no ascetismo ou no romantismo: ele precisa viver, apesar dos riscos, mas Wilson descreve a “sacada” que impede que o Outsider se desgrace (como os citados acima): é preciso impor seus próprios limites, criar seu próprio sistema de crenças.
Esta é a potencial solução encontrada por Colin Wilson para o drama do Outsider que não quer terminar sua vida num hospício: determinar seus próprios limites, explorar seus potenciais, mas nunca ir “longe demais”, fixando um ponto de não retorno que não deve ser ultrapassado em hipótese alguma.
Achar uma maneira de “viver mais próximo de si” parece ser o caminho mais seguro para um Outsider, pois a disciplina pura não é capaz de resolver seus dilemas internos. Aceitar seu destino de Outsider, aceitar o fato de que é uma pessoa diferente e deve ver isso com bons olhos é o primeiro passo, mas os limites nunca devem ser dispensados.
Além disso, a solução definitivamente não está na meditação ou apenas nas prospecções sobre “como viver”, o Outsider deve buscar a vida, deve ser um homem de ação, que realiza, tenta, que faz, a intelectualidade pura não é suficiente para salvá-lo.
Esse é o “ato definitivo” que o Outsider precisa para se salvar: encarar o caos de si próprio e sair vivo da tormenta. E a recompensa pela coragem de ter seguido em frente é grandiosa: a possibilidade de exploração total de suas potencialidades como ser humano.
Na verdade, o próprio Wilson diz que essa não é a solução real do Outsider, mas apenas uma potencial solução, e por isso ele mesmo finaliza sua obra sem dar uma “proposição certeira e final” sobre o drama do Outsider. Todavia, não há dúvidas que as reflexões dele sobre o tema dos Outsiders foi essencial para começarmos a desbravar um pouco do mundo dessas pessoas tão incríveis que nos circundam.
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O que acontece se o Outsider não consegue se salvar?
Uma questão interessante que pode surgir ao se ler o tema do Outsider é: o que acontece ao Outsider que nega a seguir seu propósito? O que acontece com aquele que não enfrenta o caos e aceita que é um Outsider e deve lidar com isso por toda sua vida?
E a resposta é simples: torna-se um homem-barata.
Mas o que é exatamente significa ser um homem-barata?
Segundo Colin Wilson, o homem-barata é aquele que:
- Pensa demais e age de menos;
- Inveja aqueles que são decididos na vida;
- Perde a espontaneidade da vida e tornam-se mecânicos;
- Tornar-se servo daqueles ao seu redor.
Então, é como se vida impusesse uma decisão forçada ao Outsider: ou você aceita que é um Outsider, enfrenta o caos e explora todo seu potencial ou você será o mais medíocre dos seres.
Esse é o castigo do Outsider que não aceita sua cruz e segue o caminho do enfrentamento.
O primeiro sinal de que o Outsider está falhando na consecução de sua missão é o excesso de pensamento. Na verdade, essa premissa se aplica a todos, Outsider ou não, porque pensamentos não têm valor algum, apenas ações podem alterar o mundo real ou mesmo seu interior.
A partir dessa “não ação”, ao ficar no mundo de pensamento, todos os demais sintomas virão em seguida: inveja, perda espontaneidade e, por fim, a transmutação completa num servo da existência, um mero figurante no espetáculo da vida.
Em sua obra “Notas do Subsolo”, Dostoievsky descreve com maestria a vida de um homem-barata, alguém ressentido consigo mesmo por não ter enfrentado seu próprio destino e que se afunda cada vez mais na armadilha que ele próprio criou.
Recomendo a leitura desse clássico.
Portanto, a negação da vida, a negação da sua qualidade de Outsider é a pior decisão que os Outsiders podem tomar, e as consequências disso serão nefastas, por isso, o enfretamento é a única opção possível para aqueles que querem se salvar.
Quais as características de um Outsider?
Existem muitas características que podem fazer parte da personalidade e comportamento de um Outsider, isso acontece porque não existe um padrão específico que seja típico de todos eles.
Porém, é possível destacar pelo menos três características que são o mais próximo que podemos chegar de um padrão compartilhado por todos os Outsiders: a hipersensibilidade, o fato de não seguirem o rebanho e sua criatividade impactante.
Por hipersensibilidade podemos entender que o Outsider, como dito, “vê fundo demais”, ele não se apegar ao raso das questões. Na verdade, ele só enxerga vida nos extremos. Por isso, ele sente demais.
Uma consequência dessa característica é uma tendência natural ao romantismo, em ver tudo como algo sublime, de procurar, muitas vezes, o transcendental em relacionamentos e objetivos.
A segunda característica marcante do Outsider é sua aversão pelo comportamento de rebanho. Definitivamente, seguir a multidão não é o caminho para nenhum Outsider.
Por serem visionários, seguir uma coletividade definitivamente não é algo que se deve esperar de um Outsider convicto de si mesmo. Eles traçam suas próprias regras e, por isso, normalmente, seguem seu próprio caminho: criam seu próprio estilo na arte ou nos negócios.
Por último, cabe citar ainda a característica mais marcante característica dos Outsiders: a criatividade impactante. Como dito, eles não seguem o rebanho e, por isso, se veem obrigados a criarem seus próprios métodos e técnicas naquilo que fazem da vida.
Não à toa, os Outsiders são, normalmente, aqueles que lançam uma nova tendência, que criam algo onde não havia nada: enfrentar o desconhecido não é um problema ante a criatividade impactante deles.
Aliás, outra característica marcante dos Outsiders é a sua inclinação a atingir estados de SUPERCONSCIÊNCIA, e Wilson escreveu um livro inteiro sobre o assunto. Aqui no Blog já tem um artigo completo sobre o assunto, confere lá: O que é SUPERCONSCIÊNCIA segundo Colin Wilson.
Colin Wilson cita, ao longo do seu livro, dezenas de características típicas do Outsider, porém, aqui, cabe-nos destacar apenas as mais universais delas e que podem indicar uma personalidade Outsider.
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Outsider e relacionamentos
Não é preciso ser um gênio para concluir que os Outsiders, normalmente, têm grandes problemas com relacionamentos. Na verdade, Colin Wilson cita que a maioria dos Outsiders estudados por ele foram solitários, e suas tentativas de criarem relacionamentos mais próximos com eventuais parceiras falharam miseravelmente.
De Nietzche a Van Gogh, todos terminaram solitários.
Mas qual seria a resposta para isso?
A princípio, a resposta poderia parecer um pouco óbvia: “os Outsiders se acham superiores”, porém essa conclusão é falsa. Na verdade, os próprios Outsiders têm, no geral, uma visão extremamente pessimista deles próprios, de modo que o pensamento de superioridade é algo que não condiz com a condição do Outsider.
A explicação para o fraco no relacionamento estaria mais próxima da impossibilidade de conexão com alguém que “não vê fundo demais”, o Outsider não vê o mundo como as outras pessoas e, por isso, ter uma conexão próxima com alguém é muito mais difícil para ele.
Aliás, traço comum dos Outsiders é a falta de confiança neles mesmos, muito embora sejam grandes artistas e competentes no que fazem, o mais comum é que se vejam como inferiores a todos ao seu redor.
Sem dúvida, o fato de ficar “perdido por tempo demais” também é um fato determinante para o insucesso do Outsider nos relacionamentos. Eles não conseguem aceitar a vida como é, e por isso fazem dessa busca algo superior, seu ideal maior, em detrimento dos relacionamentos.
Além disso, característica comportamental comum a quase todos os Outsiders é a introspecção, ou seja, o mergulho em si mesmo é uma atividade comum dessas pessoas.
Por isso, a solidão não é desconfortável ou algo que assuste os Outsiders, eles se dão bem com ela, embora muitas vezes possam se afundar demais neles mesmos, perdendo a conexão com as pessoas reais.
Todavia, nem todo Outsider terminou sua vida solitário, exemplo disso foi William Blake, que se casou e teve sua esposa como grande companheira durante toda sua vida, ajudando-o a produzir sua obra e a manter um controle de si próprio.
O Outsider precisa saber buscar o equilíbrio para conseguir manter um relacionamento estável caso deseje fazê-lo.
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O Outsider e o misticismo
Uma das conclusões que, a princípio, pode chocar os leitores a respeito do Outsider é que fato de eles são pessoas extremamente apegadas ao misticismo. Na verdade, é corretíssimo afirmar que eles têm uma “alma de profeta”, ou seja, uma alta voltada ao sagrado.
Pode parecer contraditório, já que uma das características do Outsider é ser uma pessoa que “rejeita dos dogmas da religião” e conceitos pré-concebidos por outras pessoas, mas a conclusão de Colin Wilson é bem mais profunda: Outsiders são seres humanos místicos porque são visionários e acreditam numa força interna maior que rege todas as coisas, isto é, um princípio universal maior.
Ou seja, a verdade é que a busca do Outsider é existencial.
Por isso, bens materiais nunca serão a resposta para o drama do Outsider, pois ele consegue identificar o real do irreal, e para ele, somente aquilo que é real, que é transcendente, tem valor intrínseco.
É por isso que as respostas do mundo, as respostas comuns, não lhe servem de maneira alguma, ele precisa de algo que transcenda o mero materialismo e a trivialidade da vida comum, ele precisa do surpreendente, daquilo que é inalcançável e sublime.
Portanto, todo Outsider é místico porque tem, dentro de si, um apego às coisas que estão num plano existencial, “O que é a vida?”, “Como Viver?”, “Como viver bem?”, essas são as questões do Outsider.
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Outsider e Low Profile: existe relação?
Low Profile é o termo moderno usado para designar pessoas que preferem não expor suas vidas particulares, exibindo-se pouco nas redes sociais e preferindo a discrição em vez dos holofotes, por exemplo.
Muitas vezes, por falta de conhecimento do público em geral, podem acabar sendo confundidas com pessoas antissociais ou introspectivas. Todavia, não existe relação entre elas, pois ser Low Profile é um estilo de vida que se baseia no gerenciamento da privacidade.
Porém, pode-se dizer que existe alguma relação entre Estilo de Vida Low Profile e Outsiders? E a resposta é definitivamente sim, existe.
Com base no que foi abordado no artigo, bem como no próprio livro O Outsider de Colin Wilson, é certo que os Outsiders preferem, na maioria das vezes, não chamarem muita atenção para eles mesmos.
A explicação para esse comportamento pode residir no fato de que os Outsiders seguem um estilo de vida mais recluso, longe da multidão, ditando suas próprias regras, e por isso seu nível de exposição sempre acaba por ser naturalmente baixo em relação às pessoas “normais”.
Além disso, por trabalharem, muitas vezes, com a arte, os Outsiders acabam percebendo, logicamente, a importância de controlarem suas privacidades, até mesmo com objetivo de protegerem suas “imagens públicas” como escritores ou artistas, por exemplo.
Aliás, se não sabe o que é uma Pessoa Low Profile ou quer saber mais sobre o assunto, aqui no Blog já tem um artigo completo sobre o assunto, inclusive com vídeo sobre o assunto, confere lá: O que é ser Low Profile e quais as suas vantagens.
Por isso, sem dúvida algum, parece haver uma conexão, ainda que tênue, entre ambos os assuntos. Sem dúvida alguma, muitas pessoas que seguem o Estilo de Vida Low Profile são, possivelmente, Outsiders por natureza, ainda que não tenham muita ideia disso.
Aproximar esses dois pontos de vista, sem dúvida alguma, pode representar o início de um novo modo de avaliar e observar cada um desses fenômenos, contribuindo para o nascimento de novos pontos de vista e esclarecimentos tanto sobre os Outsiders quando o Estilo de Vida Low Profile.
Conclusão
Os Outsiders são pessoas especiais e possuem o potencial de mudarem o mundo, embora, infelizmente, a maioria de nós ainda não esteja ciente disso. No mundo lá fora, os Outsiders continuam sendo julgados, marginalizados e tratados como estranhos ou como meros desajustados sociais, sem utilidade real.
Através do seu trabalho, Colin Wilson nos deu uma perspectiva mais clara e abrange sobre essas pessoas, ensinando-nos a reconhecê-las como as pessoas especiais que são e retirar de suas realizações lições importantes sobre a vida, morte e, sobretudo, de “como viver”.
Esse artigo é só a ponta do iceberg, pois os estudos sobre os Outsiders estão apenas no começo. Ainda há muito o que explorar e aprender sobre eles. E, com o alcance mundial da internet, espera-se que mais e mais Outsiders se conectem e passem a compartilhar conosco aspirações e visões de vida.
Referência
Livro: The Outsider (by Colin Wilson)
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Escrito por J.R.
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Amigo, eu tô procurando um texto do Colin Wilson que se chama “Muito Além do Outsider” vc sabe onde eu encontro esse texto?
Esse livro do Colin Wilson nunca chegou a ser publicado no Brasil, pelo que eu saiba. Então não existe uma versão em português dele.
Porém, a versão original em inglês pode ser encontrada na Amazon (eu tenho uma cópia e farei um artigo em breve sobre).
Abraço!